Curso Técnicas de Escrita: Poemas
O famoso escritor americano Allan Poe costumava dizer que escrever é um ato de trabalho puro e que não dependia de inspiração. Eu ainda acredito na musa, por assim dizer,rs. Acredito que exista inspiração,sim, mas também sei que com boas técnicas todos conseguem escrever um bom trabalho artístico. E é isso que vamos nos aprofundar hoje: como escrever poemas.
O primeiro passo é pensar no assunto que você quer e deixar a imaginação fluir, fazendo um brainstorm (algo como "tempestade cerebral"). Apenas escreva até achar que tudo que você gostaria de dizer está lá escrito. Vou fazer um exemplo em tempo real. Vou escolher o assunto: tempestade.Vamos lá!
A tempestade ruge no céu e me tira o sono. Eu vejo a tempestade passar e vem trazendo relâmpagos que brilham e cortam o céu. A fúria da chuva corre solta pela terra e ninguém consegue ignorar. A fúria da chuva é bela e quer a todos calar.
A tempestade ruge no céu e me tira o sono. Eu vejo a tempestade passar e vem trazendo relâmpagos que brilham e cortam o céu. A fúria da chuva corre solta pela terra e ninguém consegue ignorar. A fúria da chuva é bela e quer a todos calar.
Feito isso e você estando satisfeito com o que escreveu, vem o passo de dividir em versos o nosso texto. A primeira sentença do nosso brainstorm é: "A tempestade ruge no céu e me tira o sono". Esse verso nós podemos deixar inteiro ou dividir, vamos escolher a forma que preferimos dividir e seguir esse ritmo até o fim do poema.
Ex. 1: A tempestade ruge no céu e me tira o sono.
Ex.2: A tempestade ruge no céu
e me tira o sono.
Agora você pode fazer pelo ritmo que escolheu ou contar as sílabas poéticas/métricas. Como assim? Calma, vou explicar. Sílabas poéticas correspondem a quantidade de sons que tem a sentença. É diferente das sílabas normais porque elas seguem a forma que falamos e não a divisão comum dessas palavras.
A/tem/pes/ta/de/ru/ge/no/CÉU/e/me/ti/ra(o)/SO/no
Nós contamos até a sílaba mais forte da sentença. No Ex.2 é a palavra CÉU, que falamos sem pausa(ninguém fala CÉ-Ú), então são 9 sílabas métricas. Já no Ex.1 é o SO da palavra sono e tem 14 sílabas métricas. Então todos os seus próximos versos precisam ter 9 sílabas métricas, se você escolher dividir em duas partes, e 14 sílabas métricas, se decidir colocar a sentença inteira.
Perceba que se você for fazer pelas sílabas poéticas,o segundo verso do Ex.2 precisa ter mais palavras, porque só tem 5 sílabas métricas, repare:
e/me/ti/ra (o)/SO/no. (5 sílabas poéticas)
e/me/ti/ra (o)/so/no/pe/la/NOI/Te. (9 sílabas poéticas)
Essa parte das sílabas poéticas é um pouco mais chatinha, se você não gostar dessa técnica, não precisa se prender a ela, é só prestar atenção no ritmo mesmo dos versos que você criar, até porque está muito comum a poesia com versos brancos (sem rima e nem métrica).
Vamos escolher fazer esse poema em versos brancos. Se você dividir por frases com verso principal, ele vai ficar assim:
A tempestade ruge no céu
e me tira o sono.
Eu vejo a tempestade passar
e vem trazendo relâmpagos
que brilham e cortam o céu.
A fúria da chuva corre solta pela terra
e ninguém consegue ignorar.
A fúria da chuva é bela
e quer a todos calar.
Em vinho estão os verbos principais, ou seja, os mais importantes das frases e sublinhei os verbos secundário, que não fazem tanta diferença no verso.
Você pode apagar os versos que não estão bons, ou colocar outros e algumas palavras a mais. Você também pode escolher que cada par de versos vai terminar com uma rima ou fazer o sistema ABAB, que é assim:
A fúria da chuva corre solta pela terra (rima A=-erra)
e ninguém consegue ignorar. (rima B= -ar)
A fúria da chuva é bela, mas erra (rima A=-erra)
e quer a todos calar.(rima B= -ar
Com essas técnicas em mente todos conseguem escrever um bom poema, tenho certeza. Se tiverem alguma dúvida, deixem aí nos comentário. Um super beijo!
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