Há alguns anos atrás eu me sentia como um pássaro cujas asas foram arrancadas. Só me restava olhar o céu e lembrar dos tempos áureos em que o tocava.
Mas descobri que era mais forte que imaginava e construà um reino do lugar onde estava. E o pássaro se descobriu um lobo que uivava.
Saudades da lua, saudades de casa. Eles me diziam para nunca mais olhar para trás e seguir a estrada. Mas eu A amava e não poderia viver num mundo onde Ela não estava.
Eu era muito inexperiente e minha couraça era macia, respirava amor e poesia e me esquecia que também era caça.
No caminho deixei minha ilusão e era tão doce que muitas vezes me pego sentindo falta. Mas as coisas simplesmente mudam e muitas apodrecem e foi isso que aconteceu: aquele sonho dourado apodreceu e ficou no passado.
Não posso dizer que me sinto infeliz. Não, jamais. Tenho a plenitude de tudo que quis. Mas como saudosista que sou me lembro do abraço de quem amava... E esqueço que era um laço que sufocava.
Éramos jovens e jovem ainda sou. Já faz anos que te deixei partir, mas você também não fez questão de me seguir.
Eu A amava e você O amava. Para onde quer que fôssemos isso nos separava. Era uma guerra que alguém tinha que vencer... Mas não fui eu e nem foi você.
Foi a mágoa.
Foi a mágoa...
Foi a mágoa...
Foi a mágoa...